terça-feira, 8 de julho de 2008

Dica para vestibulando é equilibrar estudo e descanso

"Não posso perder tempo me divertindo, porque, se eu fizer isso, não vou passar." Essa sensação de que se deixar as apostilas de lado para descansar ou se divertir pode prejudicar na aprovação no vestibular é muito comum nos candidatos. Embora escutem pais, professores e médicos dizendo que devem separar um tempo para descansar, nem sempre seguem essa recomendação.

Mesmo assim, em julho, escolas e cursinhos forçam os seus alunos a uma pausa. E, como o sonho de muitos estudantes é entrar na USP, o Fovest conversou com três ex-vestibulandos que passaram em primeiro lugar em suas opções na Fuvest 2008 e conta a receita que eles seguiram para conseguir a melhor colocação.

Candidato a uma vaga na carreira com a mais alta nota de corte --74, para medicina--, João Paulo Almeida, 22, estava decidido: "Quis fazer daquele ano o único [de estudos]." Ele já havia cursado dois anos de nutrição e, para ter mais chances de passar de primeira em medicina, não deu muito mole nas férias do cursinho Poliedro, mas aproveitou uma semana das três que teve para descansar. "Chegou uma hora em que tinha que me desligar."

Regrado, revisou o conteúdo do primeiro semestre. Depois, aproveitou para relaxar. O que mais fez foi assistir à TV. Às vezes, ia jogar futebol -atividade da qual ele sempre gostou, mas que deixou de lado no cursinho. E dá uma dica: "Qualquer esporte é bom, ajuda a regular o sono. Isso me ajudou".

Outra vestibulanda exemplar é Luciana Heuko, 19, que entrou em primeiro lugar em design na USP. Seu plano era estudar nos 15 dias livres, mas, assim como João Paulo, logo percebeu que precisava descansar.
Então, decidiu que iria investir só em geografia, matéria na qual tinha mais dificuldade. Quando não estava memorizando mapas, ela via TV e, à noite, saía com o namorado, Sérgio Nascimento, para comer pizza ou ficar conversando em um bar. "Procurei fazer coisas leves. Não fiquei indo a baladas, dormindo tarde", diz.

"Quando as aulas do cursinho voltaram, me senti renovada, porque sabia geografia e não estava cansada."
Para Rafael Silveira, 26, primeiro colocado na Academia de Polícia do Barro Branco, o esquema não foi diferente nas férias do Objetivo: estudou, namorou e relaxou -"com coisas light, tipo jogar bola e dormir".

Especialistas dizem que o método dos três ex-vestibulandos nas férias é bom. "O ideal é separar uma ou duas semanas para descansar e uma para estudar", diz a psicoterapeuta Celi Piernikarz. "O cursinho é um desgaste, e o vestibulando tem de ter qualidade de vida."

Alessandra Prado, psicóloga, completa: "Organismo nenhum agüenta um ano pesado sem pausa". Ela diz que é bom curtir as férias, mas sem abuso. "Não faz bem nem estudar em excesso nem sair em excesso. Tem de saber equilibrar."

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